por Adriana Côrtes, André Teixeira, Camila Moda e Lorena Ferro
O fortalecimento de uma sociedade depende da identidade de seu povo. Essa identidade pode ser gerada por fatores diversos, mas uma marca definitiva é o espaço. O que se vê durante a existência, a memória de onde se vive é fundamental. Essas referências criam na memória coletiva o valor de História, de raiz.
Nesse contexto, prédios, praças, parques e monumentos agregam vivências de gerações em uma cidade, estado ou país, e urdem elos de continuidade e valorização da sociedade.
Aracaju é uma cidade nova. Em 1855 foi planejada para ser a capital do Estado de Sergipe. Seu traçado era um implemento que, na visão do engenheiro Sebastião Pirro, responsável pela obra, favoreceria o progresso. O caráter empreendedor de homens como Barão de Maruim e Inácio Barbosa apoiaram e financiaram a idéia. As edificações foram erguidas e somando-se uma a uma teceram o que hoje é o seu patrimônio histórico arquitetônico.
Um
prédio merece destaque nesse cenário: o Palácio Museu Olímpio Campos. Localiza-se na Praça Fausto Cardoso, no
centro da cidade. Foi construído para abrigar o poder
executivo de toda a Província de Sergipe d’El Rei. Sua
construção foi autorizada pelo Imperador Pedro I. Em
1856 foi planejado, em 1859 as obras foram iniciadas para ser
inaugurado em 1863.
Sua arquitetura neo-clássica, com frontões e colunas greco-romanas, ganhou ar de nobreza e imponência com a reforma sofrida, em 1920, na gestão do Governador Pereira Lobo, pela Missão Italiana. Sem o anexo o espaço ocupado pelo Palácio Museu são 987m², onde são distribuídas mais de 240 peças, divididas entre os 54 ambientes dos pavimentos térreo e superior. Lá, entre vários outros artistas, encontram-se trabalhos de Caribé, Raimundo Oliveira, Héctor Júlio, Florival Santos, José Francisco da SIlva, Walmy Ferreira.
Sua arquitetura neo-clássica, com frontões e colunas greco-romanas, ganhou ar de nobreza e imponência com a reforma sofrida, em 1920, na gestão do Governador Pereira Lobo, pela Missão Italiana. Sem o anexo o espaço ocupado pelo Palácio Museu são 987m², onde são distribuídas mais de 240 peças, divididas entre os 54 ambientes dos pavimentos térreo e superior. Lá, entre vários outros artistas, encontram-se trabalhos de Caribé, Raimundo Oliveira, Héctor Júlio, Florival Santos, José Francisco da SIlva, Walmy Ferreira.
Afrescos no teto do PMOC - essa é de autoria de Eurico Luiz. |
De lá para cá, o palácio recebeu muitas obras de arte, tanto em suas paredes, teto como peças de decoração. Foi residência oficial de vários governadores, guarda a memória de seu povo, de visitas ilustres como a de Castelo Branco, que foi o único presidente a dormir em um de seus aposentos, de
conflitos políticos e até de crimes. Recentemente
transformado em palácio-museu, é um retrato vivo da
sergipanidade.
Quadro no hall de entrada do Palácio. |
Em
seu interior, ricos aposentos de mobiliário nobre são o
testemunho da História política, cultural e artística
de nosso Estado.O hall de entrada é ladeado por dois painéis
do artista plástico Jordão de Oliveira, que na década
de 50, pintou o que representava a economia de base do estado. De um
lado, o cultivo do algodão e da cana-de-açúcar e
a criação de gado.
Do
outro, a extração do sal e do coco. São duas
telas imensas adquiridas no governo de Leandro Maciel.
Ao centro e ao fundo do hall, a escadaria de mármore, ladeada
por corrimãos de madeira levam ao andar superior, mas ainda no
térreo, os aposentos foram redefinidos e repaginas para serem
abertos à visitação. A primeira sala, A província de Sergipe, abriga a foto de
aparador do Barão de Maruim, o busto de Pedro I e a herma de
Pedro II, feita por Bené Santana, na década de 80.
Quadro de Jordão de Oliveira representando a base da economia do Estado de Sergipe. |
Galeria dos governadores, na Sala Olímpio Campos |
Na Sala Olímpio Campos está a galeria de
governadores do nosso Estado, inclusive constam aqueles com mandatos
restabelecidos para não se perder a coesão do tempo. No
corredor, em sequência, temos afixados quadros que lembram uma
tira de quadrinhos, do artista plástico Bené Santana,
que narram os fatos do conflito entre faustistas e olimpistas com o
desfecho fatal de ambos.
Sequência de desenhos de Bené Santana representando a via crucis de Fausto Cardoso. No detalhe abaixo, minutos antes de sua morte. |
Fausto Cardoso nas escadas de sua casa, bebendo a água que disse ser a alma de Sergipe. Olímpio Campos esfaqueado nas ruas do Rio de Janeiro, por homens que seriam filhos de Fausto Cardoso. O embate entre os dois políticos era tão acirrado que se dizia que o poder em Sergipe era revezado, ora por olimpistas, ora por faustistas.
Na Sala Aracaju temos uma maquete de autoria do arquiteto Marcos Bustamonte que apresenta Aracaju entre as décadas de 20 e 40. Essa maquete possui painel eletrônico que ilumina a edificação solicitada pelo visitante. Chama a atenção o bondinho que percorre na maquete os itinerários da época.
Maquete de Bustamonte onde vê-se bem o 'tabuleiro de Pirro', a antiga linha de bondes avançando pela Rua João Pessoa e muitos outros detalhes de Aracaju entre as1920 e 1940. |
Pausa para o cafezinho no Café do Museu, que oferece aos visitantes além do concorrido happy-hour, serviços gastronômicos, com almoço, café da manhã e lanches, mas também há alimento para o espírito, como as esporádicas exposições fotográficas e a Livraria, onde podem ser adquiridos livros de autores sergipanos.
Pintura na área de ligação interna do Palácio. |
A biblioteca do palácio preserva o seu acervo e possibilita o compartilhamento com o público. O palácio-museu ainda possui um quiosque eletrônico com informações para o visitante aprofundar suas pesquisas.
Netuno |
O
acesso ao andar superior pela já citada escadaria é
ladeada por duas estátuas que representam o deus Netuno. Uma
de cada lado da escada, representam o rio Real que separa Sergipe da
Bahia e o rio São Francisco, que separa Sergipe do estado de
Alagoas. Os aposentos do andar superior são abertos à
visitação, porém, não é permitido
fotografar. Entretanto a história continua e certamente, o
visitante, sergipano ou não, sai de lá com todo um
conhecimento que fortalece e enobrece ainda mais a terra e os
herdeiros do cacique Serigy.
No vídeo abaixo, para complementar as informações sobre o Palácio Museu Olímpio Campos, a fala da Profª Izaura Ramos, responsável pela Coordenação
de Acervo Museológico, setor
que abrange curadoria e monitoria, sendo responsável pelas
informações e pelo acervo museológico do
Palácio, orientação aos visitantes e pela expografia dos seus ambientes; o coordenador de Pesquisa e Educação, Prof. José Cláudio Teixeira, que abrange os serviços de arquivologia, pesquisa, comunicação
e de ações educativas, e, por último, Otávio Monteiro, gerente do Café do Museu.
O Palácio Museu Olímpio Campos fica aberto a visitação de terça a sexta, das 10 às 17h, e aos sábados e domingos das 9 às 13h. Para agendar visitas com grupos basta fazer contato antecipadamente com a organização do Palácio pelo e-mail agenda.pmoc@casacivil.se.gov.br. Veja essa galeria de fotos organizadas no site da instituição.
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