Calçadão da João Pessoa. |
por Anne Samara, Larissa Regina e Lorena Larissa
Construído no final da década de 1970, pelo então prefeito de Aracaju, João Alves Filho, o Calçadão da Rua João Pessoa recebe todos os dias inúmeras pessoas. Lá circulam vendedores formais, ambulantes, consumidores, pedintes, policiais... Enfim, uma variedade de personalidades.
No entanto, os que andam apressadamente sobre aquelas pedras portuguesas muitas vezes não percebem as pessoas que passam entre eles ou mesmo em sua margem. São estas figuras constantes no calçadão e que mesmo despercebidas estão lá diariamente, seja para trabalhar ou apenas para encontrar os velhos amigos.
Dois exemplos dessas figuras típicas do Calçadão são o senhor, que vem em busca de conversa com os colegas e do engraxate, que ainda tem nesse grupo seus principais clientes. E foi justamente isso que afirmou o aposentado de 65 anos, natural da Bahia e morador de Aracaju há 40 anos, Miranda Batista, enquanto engraxava seus sapatos: “Por aqui não tinha quase nada quando eu cheguei, não tinha calçadão, não tinha hotel. Com o tempo fui fazendo amigos e até hoje a gente se reúne por aqui pra colocar a conversa em dia e lembrar dos velhos tempos”. Já o engraxate Denival Andrade Souza, de 30 anos, parece agradecer por isso: “Acho que uns 70% do que eu ganho é engraxando os sapatos dos senhores. Gente nova quase nem usa mais sapato”, afirma.
Dois exemplos dessas figuras típicas do Calçadão são o senhor, que vem em busca de conversa com os colegas e do engraxate, que ainda tem nesse grupo seus principais clientes. E foi justamente isso que afirmou o aposentado de 65 anos, natural da Bahia e morador de Aracaju há 40 anos, Miranda Batista, enquanto engraxava seus sapatos: “Por aqui não tinha quase nada quando eu cheguei, não tinha calçadão, não tinha hotel. Com o tempo fui fazendo amigos e até hoje a gente se reúne por aqui pra colocar a conversa em dia e lembrar dos velhos tempos”. Já o engraxate Denival Andrade Souza, de 30 anos, parece agradecer por isso: “Acho que uns 70% do que eu ganho é engraxando os sapatos dos senhores. Gente nova quase nem usa mais sapato”, afirma.
O ambulante Raimundo da Silva e seus produtos |
Flávia Medeiros ri por consegui aproveitar as vantagens do trabalho. |
Quem também gosta de trabalhar pelo calçadão é a vendedora de cartão de crédito, Flávia Medeiros, 31, que está nesse setor há quatro anos e que, apesar de abordar e ser abordada por pessoas com os mais diferentes tipos de humor, consegue encontrar e aproveitar as vantagens de se trabalhar na rua, em pleno comércio. “Eu gosto. Gosto da liberdade. Trabalhar aqui é melhor do que ficar presa dentro de uma loja. Eu trabalho e posso sair ali, ir até a esquina, olhar uma vitrine”, comenta ela, deixando escapar alguns risos tímidos.
Mas nem todos desses personagens que estão constantemente pelo calçadão podem aproveitar para ter algum tipo de lazer ou descontração. O menino Renato (nome fictício), de apenas 14 anos, diz que está ali só para pedir dinheiro: “Tem uns que dá, outros não dá não” (sic). Ele nunca estudou, não sabe ler e dorme por ali mesmo, sem ser notado ou receber a atenção necessária, de qualquer pessoa que seja, para sua situação.
Quem não encontra prazer algum à margem da sociedade |
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