quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fanatismo ou “fanatismo”?


Por: Lohan Montes, Morgana Brota e Maria Luiza Bastos

Pedro Yuri: Fã da música
         Foto: Morgana Brota


Existe um limite entre o fanatismo e o apego entre gostos e práticas? A paixão ilimitada por algo pode tornar o ser humano agressivo, individualista, preconceituoso? Não há dúvidas de que o fanatismo existe em toda parte do mundo. Fanatismo religioso, político, esportivo e tantos outros estreitam a mente de seus seguidores. É comum, é uma doença. Existe uma linha tênue entre o fanatismo e o cultivo exacerbado de gostos. É necessário que a conduta da pessoa seja radical e absolutamente intolerante para com todos os que não compartilhem de suas ideologias. 

Rayan passa horas relendo os mesmos livros
Foto: Lohan Montes


Rayan Alves e um dos seus pôsteres
Foto: Lohan Montes
Desde o lançamento do primeiro volume da saga Harry Potter, em 1997, os livros ganharam uma visibilidade imensa. De 1997 a 2010, o sucesso continua numa crescente constante.  Espalhados por todo o mundo, fãs de todas as idades já foram conquistadas pela literatura infanto-juvenil de J.K. Rowling que incentiva a leitura e abre a imaginação. “Eu já tinha o hábito de ler desde pequeno. Sempre gostei de ler os paradidáticos da escola, livros infantis como Pequeno Príncipe, etc., mas Harry Potter realmente foi o que consolidou meu gosto pela leitura”, conta Rayan Alves, 16, estudante do Ensino Médio. A expressão fanatismo é utilizada para definir fãs mais apaixonados, entretanto, esse “fanatismo literário” não parece ter uma reação tão ruim. “Eu, provavelmente, vou querer adentrar em algum ramo das ciências Humanas, talvez essa escolha seja Jornalismo. Com certeza Harry Potter influenciou na escolha do que eu quero ser no futuro”, explica o estudante.
Rayan e seu vício
Foto: Maria Luiza Bastos
 Assim como o estudante Rayan Alves, o músico Pedro Yuri também tem sua paixão fervorosa: instrumentos musicais. Estudante de música desde pequeno, Pedro, nutre um grande amor por seus instrumentos. “Instrumento tem essa ligação muito forte por ser um objeto que, geralmente, acompanha a pessoa por toda a vida”, comenta.  Um aspecto interessante é o tratamento dado aos seus instrumentos, são como pessoas. “Só falta chegar em casa e o violão estar me esperando com um prato e um copo de coca-cola na mesa.”, explica. Paino, violão, Guitar Banjo e tantos apresentam uma importância imensurável na vida do músico. Além de um instrumento de 12 cordas chamado Craviola, feito por Paulinho Nogueira (professor de Toquinho) em 1976, e um Sintetizador que, segundo Pedro, é exclusivo em toda a América do Sul. Um “fanatismo musical” que, para o músico, só complementa de maneira positiva sua carreira iniciada desde os 6 anos, quando começou com o piano no conservatório.


Pedro Yuri e seus instrumentos
Foto: Morgana Brota

Tendo em vista estes exemplos, é possível diferir o Fanatismo do apego exagerado. O estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente cuja adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio descreve um Fanático. Já esse cultivo por determinados gostos, mesmo quando excessivo, não configura, necessariamente, fanatismo. O fanático tem uma visão onde o erro está naqueles que contrariam sua linha de raciocínio particular, levando-o a tornar-se agressivo, muitas vezes chegando a extremos como a violência para impor seu modo de pensar.
A saga de Harry Potter fez a leitura virar moda
Foto: Maria Luiza Bastos


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