Por: Lohan Montes, Morgana Brota e Maria Luiza Bastos
Pedro Yuri: Fã da música Foto: Morgana Brota |
Existe um limite entre o
fanatismo e o apego entre gostos e práticas? A paixão ilimitada por algo pode
tornar o ser humano agressivo, individualista, preconceituoso? Não há dúvidas
de que o fanatismo existe em toda parte do mundo. Fanatismo religioso,
político, esportivo e tantos outros estreitam a mente de seus seguidores. É
comum, é uma doença. Existe uma linha tênue entre o fanatismo e o cultivo
exacerbado de gostos. É necessário que a conduta da pessoa seja radical e absolutamente intolerante para com todos
os que não compartilhem de suas ideologias.
Rayan passa horas relendo os mesmos livros Foto: Lohan Montes |
Rayan Alves e um dos seus pôsteres Foto: Lohan Montes |
Desde o lançamento do primeiro volume da saga
Harry Potter, em 1997, os livros ganharam uma visibilidade imensa. De 1997 a 2010, o sucesso
continua numa crescente constante. Espalhados
por todo o mundo, fãs de todas as idades já foram conquistadas pela literatura
infanto-juvenil de J.K. Rowling que incentiva a leitura e abre a imaginação. “Eu já tinha o hábito de ler desde pequeno. Sempre gostei
de ler os paradidáticos da escola, livros infantis como Pequeno Príncipe, etc.,
mas Harry Potter realmente foi o que consolidou meu gosto pela leitura”, conta
Rayan Alves, 16, estudante do Ensino Médio. A expressão fanatismo é utilizada
para definir fãs mais apaixonados, entretanto, esse “fanatismo literário” não
parece ter uma reação tão ruim. “Eu, provavelmente, vou querer adentrar em algum
ramo das ciências Humanas, talvez essa escolha seja Jornalismo. Com certeza
Harry Potter influenciou na escolha do que eu quero ser no futuro”, explica o
estudante.
Rayan e seu vício Foto: Maria Luiza Bastos |
Assim
como o estudante Rayan Alves, o músico Pedro Yuri também tem sua paixão
fervorosa: instrumentos musicais. Estudante de música desde pequeno, Pedro,
nutre um grande amor por seus instrumentos. “Instrumento tem essa
ligação muito forte por ser um objeto que, geralmente, acompanha a pessoa por
toda a vida”, comenta. Um aspecto interessante é o tratamento
dado aos seus instrumentos, são como pessoas. “Só falta chegar em casa e o
violão estar me esperando com um prato e um copo de coca-cola na mesa.”,
explica. Paino, violão, Guitar Banjo e tantos apresentam uma importância
imensurável na vida do músico. Além de um instrumento de 12 cordas chamado
Craviola, feito por Paulinho Nogueira (professor de Toquinho) em 1976, e um
Sintetizador que, segundo Pedro, é exclusivo em toda a América do Sul. Um
“fanatismo musical” que, para o músico, só complementa de maneira positiva sua
carreira iniciada desde os 6 anos, quando começou com o piano no conservatório.
Pedro Yuri e seus instrumentos Foto: Morgana Brota |
Tendo em vista estes exemplos, é
possível diferir o Fanatismo do apego exagerado. O estado psicológico de fervor excessivo,
irracional e persistente cuja adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio descreve um Fanático. Já esse cultivo
por determinados gostos, mesmo quando excessivo, não configura,
necessariamente, fanatismo. O fanático tem uma visão onde o erro está naqueles
que contrariam sua linha de raciocínio particular, levando-o a tornar-se agressivo,
muitas vezes chegando a extremos como a violência para impor seu modo de pensar.
A saga de Harry Potter fez a leitura virar moda Foto: Maria Luiza Bastos |
Fantástico, ser Fã é a melhor coisa do mundo!
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