quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Locutores de comércio são a alma do negócio


   No vai e vem do centro comercial de Aracaju, muitas são as opções de compra e os transeuntes são bombardeados de promoções, ofertas e produtos. As lojas competem entre si para ver quem ganha mais atenção e atrai mais rapidamente o seu cliente. Uma das grandes armas utilizada nessa “guerra dos comerciantes” é o locutor. Funcionários das lojas, os locutores se posicionam em frente ao estabelecimento e divulgam os principais atrativos do local visando conquistar os que passam e, aparentemente, funciona.

Lohan Montes

   O ato de falar alto para tentar atrair a atenção do cliente já é bastante popular. A atividade já é conhecida também pelos vendedores de frutas e verduras em feiras de bairro ou de comunidade. Quanto mais irreverente e diferenciado for o modo de abordagem, mais propício à conquista dos clientes. Ao passar do tempo, a locução foi crescendo e acabou fazendo sucesso nas lojas de centro das cidades. Inclusive, é difícil hoje em dia achar um estabelecimento que, pelo menos alguma vez, não tenha trabalhado com este sistema de publicidade. Fatores como baixo custo e contato direto com o público são os mais fortes na hora de optar pelos locutores.

Maluh Bastos

   Segundo os gerentes de algumas lojas do Centro de Aracaju, os pontos de venda já trabalham com esse sistema há muito tempo. A popularização da atividade é que vem crescendo ainda mais. Wellington Oliveira é gerente da Quality Couros – uma loja de bolsas e artefatos de couro – e há três anos já trabalha com o sistema. “A maioria dos estabelecimentos estão trabalhando com locutores porque dá retorno mesmo, chama a atenção”, relata Wellington. José Jorge, proprietário de uma revendedora de celulares concorda. “A divulgação do locutor é muito direta”, confessa.

Diego Badia

   Os locutores, por sua vez, acabam gostando ainda mais de trabalhar no comércio. É o caso de Denis Alexandre Santos de 24 anos e, apesar de lidar com vendas há algum tempo, é locutor há apenas um mês e meio. Segundo Denis, a melhor parte do trabalho é a interação com o público. “Às vezes, eu brinco com alguém que está do outro lado da rua e a pessoa ri e vem até a loja. É muito bom”, conta Denis. Assim como ele, Vagner Santos de 23 anos também é locutor há pouco tempo e está gostando da atividade. “Você acaba ficando por dentro das promoções e das ofertas, é bem interessante”, ressalta Vagner.

   No entanto, o volume alto de vários locutores competindo entre si pode se tornar algo complicado quando confrontado com o bem estar e a saúde auditiva das pessoas que moram e passam pelo ambiente. Segundo Carlos França, auxiliar de supervisor de plantão da Polícia Militar Ambiental, apesar de algumas indefinições no Ministério Público em relação aos decibéis máximos que podem ser proferidos, pela lei atual o som não pode passar dos 80 decibéis pelo dia e 60 pela noite. Segundo Wellington, gerente da Quality Couros, a fiscalização é constante. “Eles passam aqui para conferir com o aparelho de medição de decibéis. Tem que estar dentro da lei”, conta.

Morgana Brota

   Uma ótima opção de propaganda e uma atividade que acaba gerando personagens por todo o Centro da cidade. Os locutores acabam dando um ar diferenciado ao ambiente atribulado e tirando sorrisos dos que passam pelas lojas. Uma atividade que chama atenção e que gera resultados aparentes nas lojas de diversos nichos. Se dentro dos padrões, os locutores viram perfis diferenciados no corre-corre do comércio.


Por: Diego Badia, Lohan Montes, Maluh Bastos, Morgana Brota

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