quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Para atrair clientes, todas os meios são válidos

Panfleto, locução, sorteio de brindes, pessoas fantasiadas, roupas coloridas. Essas são algumas das "armas" utilizadas pelos comerciantes aracajuanos para conquistar clientes.


                                                     Por Roberto Aguiar, Luiza Cazumbá, Eduardo Ferreira e Shayne Coelho


A pesquisa mensal do comércio realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o comércio sergipano vem crescendo abaixo do esperado nos últimos meses. Com 1,8% de crescimento no acumulado de janeiro a agosto deste ano, Sergipe obteve o menor índice em comparação aos outros estados nordestinos. O estado do Maranhão obteve crescimento de 10%, Paraíba 15,1% e o Ceará 9,5%.

Para aumentar as vendas, os comerciantes de Aracaju utilizam várias "armas". Neste caso, a famosa frase de Maquiavel, em O Príncipe, serve muito bem: os fins justificam os meios. Na disputa pelo cliente vale tudo: panfleto com os preços promocionais; locutores animados anunciando as ofertas; pessoas fantasiadas dançando em frente às lojas; vendedor que aborda o cliente ainda na calçada, nem espera que o mesmo chegue ao estabelecimento comercial.

Com a diminuição das vendas, estratégias bem elaboradas são fundamentais para trazer de volta os clientes. Muitos comerciantes de Aracaju estão investindo em formas criativas de chamar atenção de quem passa na rua. Pois em tempos de crise nasceu a inovação. A inovação decidiu percorrer um velho caminho, o caminho da velha e boa propaganda. A estratégia dos comerciantes é vender. Para obter êxito a ordem é a anunciar aos quatro cantos, de todas formas, de todos os jeitos.

Garrafa Brasil trabalha há 13 anos no ramo da locução. Hoje tem dois contratos permanente, um em uma farmácia,  outro em uma galeria. Fatura R$2 mil mensais. "A criatividade na produção do texto conta muito. A experiência também. Já são 13 anos e 13 anos não são 13 dias", frisou a locutora.


A ordem é abordar o cliente na rua. Assim faz Gilzeda Joaquim, 31 anos. Só encaminha o cliente para a seguradora depois de convecê-lo ainda no calçadão do comércio. "Ficar na loja esperando não garante nosso pagamento. Ganho pelos contratos que assino, 16% do valor do empréstimo firmado".


O sucesso da locução com atrativo de clientes foi grande que Claúdio Jonas foi incorporado ao quadro de trabalhadores efetivos da loja de telefonia móvel.

Claudiane Santos, 21 anos, não perde tempo, de um lado para outro do calçadão conquistando os clientes no boca-a-boca.

Andreza, 21 anos, trocou o balcão do comércio pelas ruas. E com o uniforme colorido expõe os produtos que vende: celulares, chips e créditos de diversas operadoras de telefonia móvel.

"Quem quer antena?", assim diz Renato Francisco, 51 anos -  o Sílvio Santos do comércio de Aracaju.
Além da voz, "Sílvio Santos", chama a atenção do povo testando na hora a eficiência das antenas na televisão.

A dupla dinâmica chama a atenção de adultos e crianças. Para o locutor  Marcos Pereira, 37 anos, a propaganda é a alma do negócio. "A projeção da voz faz com que o cliente escute de longe e venha conferir o produto". 
"A prática nessas horas conta muito", diz Jackson Lima, 19 anos. Em uma manhã distribui mil anúcios impressos. Pelo serviço, recebe R$30,oo.
Planfleto é uma das "armas" utilizadas na "guerra" pela conquista dos clientes.
Reinaldo Nascimento, 38 anos, têm várias cartas na manga. Não gosta de ver a loja vazia, por isso usa seu "arsenal"  de frases prontas: "é queima total";  "vai começar a maior promoção que Aracaju já viu";  "quem pegar, pegou"; "tá uma loucura na loja".
João Barbosa, 47 anos, cobra R$70,00 o dia, em dois turnos de trabalho, das 9h às 12h e 14h às 17h.
Há 20 anos no mercado de trabalho, que o papel com suas frases já está amarelado e gasto com o tempo. 
De família circense, Cícero Teixeira, 30 anos, usa a tradição para chamar atenção das pessoas no centro de Aracaju na entrega de panfletos.
A simpatia e o sorriso do palhaço contagia a todos que passam pelo calçadão da Rua Laranjeiras e torna o comércio muito mais atrativo em tempos de crise.

Um comentário:

  1. Muito boa a matéria!
    Parabéns para a equipe, pois comunicação é tudo!!

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