quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Abandonados pelos donos e acolhidos pela UFS

Por Andreza, Daniel, Diogo,Edson, Fabrício e Jeferson





Animais domésticos circulam livremente pelos corredores e salas de aula da UFS, mesmo com a aprovação e desaprovação de alunos e funcionários




Alguns funcionários alimentam os animais abandonados



Grande parte dos alunos já se acostumou e aprova a permanência dos bichos


Eles estão espalhados por todas as dependências da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Gatos e cachorros se aglomeram em corredores, estacionamentos e até salas de aula da universidade, dividindo os mesmos espaços que os alunos, funcionários e professores. Muitos desses animais foram abandonados nas proximidades do campus e acabaram encontrando abrigo por lá. Mas será que esses hóspedes são realmente desejados por todos os freqüentadores da comunidade acadêmica?

A opinião é dividida entre alunos e funcionários. Alguns acham o assunto aparentemente comum, sem maiores incômodos. Outros acham que a situação deveria ser encarada com maior rigidez e controle sobre a quantidade de animais que só aumenta a cada ano.  Como é o caso do segurança Hipólito José, que já trabalha na UFS há seis anos, e acredita que os animais oferecem riscos à segurança dos alunos e professores. 


Concentração de animais próximos ao DCOS

“Eu não vejo como algo saudável a presença dos animais no campus universitário. Eles vivem sem condições e a própria instituição não oferece condições, nem estrutura para acomodá-los de forma adequada. Eu até já presenciei alguns cachorros avançando em cima de estudantes que estavam lanchando, um risco para a segurança de alguns alunos”, avalia Hipólito.




Em contrapartida, há quem defenda a permanência dos animais no campus, e ainda avalie de forma positiva a existência dos bichos na universidade. “A presença dos animais é sempre positiva, não oferecem riscos e nunca tive o que temer com relação a eles. Acho positiva essa coexistência entre os animais e a comunidade acadêmica. Afinal, a existência de animais domésticos por perto nunca deve ser encarada de forma negativa”, pondera o estagiário da editora UFS, Juno Sena. 





Muitos dos animais não temem a presença de humanos




Amor aos animais


O Resun aglomera boa parte dos bichos
Dentre os maiores defensores e admiradores dos gatos e cachorros abandonados na UFS, está o senhor Manoel Mota, de 72 anos, estudante do curso de história, através do Núcleo de Pesquisa e Ações da Terceira Idade (Nupati/UFS). A relação entre o senhor Manoel e os animais vai muito além do simples carinho e cuidado pelos bichanos. Para o aposentado, estudante da UFS há mais de um ano, os cães e gatos abandonados na UFS substituem os animais de estimação que ele não pode mais ter em casa.




Alunos não se incomodam com a presença dos animais

“Minha esposa tem uma saúde debilitada e, por isso, não podemos mais ter animais em casa. Mas todo o meu afeto é revertido para animais em situação de risco, como os que hoje existem na universidade”, explica seu Manoel que, apesar de admirar a população de cachorros da UFS, confessa possuir maior carinho e aproximação com o grupo de felinos.




Todos os bichanos possuem nome e são reconhecidos imediatamente pelo senhor Manoel. Relatos de vários casos e situações vividas por ele e seus ‘amimais de estimação’ são inúmeras. Em uma delas, o aposentado revela quando uma das gatas foi cumprimentá-lo na sala de aula, sem que ele ao menos fizesse qualquer sinal para chamá-la.


“ Ela me reconheceu na sala. Ouviu a minha voz, colocou a cabeça na janela e ficou me olhando. Acenei para ela e, depois de alguns minutos, vi que ela tinha desaparecido. Logo mais, quando percebi, ela já estava entre as minhas pernas. Subiu em meu colo, miou e depois foi embora. Uma espécie de ‘olá, tudo bem?’. Eles são super dóceis e amigáveis, todos eles”, fala de forma emocionada.
O senhor Manoel cuida de boa parte dos gatos

O senhor Manoel ainda lembra a crueldade sofrida por alguns dos animais, que apanham e muitas vezes são mortos por freqüentadores da universidade. Segundo o aposentado, a prática ainda ocorre, mesmo com o aumento no número de pessoas interessadas em cuidar dos bichos. 

 
“Lembro de uma gata especial, chamada de Corujinha. Era um bicho super dócil e amável, mesmo não podendo ter filhotes, adotava aqueles que ficavam órfãos, inclusive simulando a amamentação. Há quatro meses, ela foi encontrada morta decorrente de uma paulada. Ainda me emociono bastante ao falar nesse caso, e faço um apelo a todas as pessoas para que não agridam esses pobres animais. Eles não estão aqui por escolha, muitas vezes foram jogados ao léu e desamparados pelos seus donos. Basta um pouco de respeito e compreensão sobre o infortúnio destino reservado a essas belas criaturas”, lamenta o aposentado.





Uma das gatas mais adoradas pela senhor Manoel é a Jane Preta. O animal mora na árvore e atende o chamado do senhor Manoel, na hora da comida e do carinho diário








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