quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Minha rua, minha casa

Na Capital da Qualidade de Vida, centenas de desabrigados moram nas ruas.
         
A pequenina e a sua "Grande Família"
Por Roberto Aguiar, Luiza Cazumbá, Eduardo Ferreira, Mateus Alves e Shayne Coelho

Ao andar pelas ruas de Aracaju encontramos crianças, jovens e idosos dormindo em calçadas, esquinas e praças. No movimento da cidade, carros e pedestres, os mendigos tornam-se invisíveis. Não invisíveis aos nossos olhos, mas invisível a nossa consciência e passamos aceitar essa situação como normal.

Uns sobrevivem com esmolas e ajuda de instituições de caridades. Outros lavam carros e cuidam de veículos estacionados em vias públicas. Uns tem o ensino fundamental ou médio completo. Outros nunca freqüentaram a escola. Uns perderam sua juventude ou chegaram à velhice nas ruas. Outros nasceram nas ruas. Uns perderam famílias, outros formaram. Na enorme corrente da cidade, a rua é o elo das vidas desiguais.

Elas não estão brincando de "casinha".
Estão vivendo a dura realidade. 

"Era uma casa (...) não tinha teto, não tinha nada".

Antônio Carlos, conhecido como Kinô, 25 anos, há 20 morando
 nas ruas de Aracaju.

Quando a esquina da rua transforma-se em cozinha...

... e o meio fio, em mesa.

Jamesso santos, 50 anos, mora na rua há 12 anos.
 Faz e sobrevive da venda de artesanato.
 "Queria uma casa para descansar à noite", disse.

Quando bate o cansaço, qualquer lugar é lugar para repousar.

Quando nada mais resta, só lhe resta a fé.

Ponte Aracaju-Barra e sua dupla funcionalidade.
Em cima, carros. Embaixo, abrigo.  

Cansada de perambular pelas ruas, sem destino certo.
As sacolas plásticas com seus objetos, a árvore como apoio

 e a sombra como companhia.

Catedral de Aracaju - espaço de oração para uns, abrigo para outros. 




Henrique Tavares, 53 anos, fiel da Igreja Católica faz oração antes
 da distribuição   do café da manhã.  Há sete anos, Henrique distribui 
café aos moradores de rua, aos sábados, logo após a primeira
 missa do dia.




     
O pão de cada dia é sempre uma doação.



Lucimar França Santos, 39 anos, foi a escolhida do dia  por
 Henrique para distribuir o café aos seus companheiros de rua. 


   

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