domingo, 27 de novembro de 2011

Parkour: a arte de superar obstáculos

Por: Egicyane Lisboa, Emily Lima, Lenaldo Severiano, Liliane Nascimento e Pedro Rocha
A pratica do Parkour pode apresentar vários níveis de dificuldade,
 de acordo com o condicionamento e as possibilidades do praticante


Alongamento que antecede o treino

Superar obstáculos e resgatar movimentos naturais do homem, esses são objetivos do Parkour, prática esportiva criada na França por David Belle e que ganha cada vez mais adeptos em Aracaju. Entre saltos, corridas e escaladas, os praticantes aprendem não só a lidar com o corpo e com os próprios limites, mas também a encarar as dificuldades com disciplina, dedicação e responsabilidade.

                 

Parte do treino guiado, em que os movimentos são
 orientados por um praticante mais experiente.
Em Aracaju, o Parkour começou a ser praticado há pouco mais de cinco anos, o coordenador da Associação Sergipana de Parkour (ASPK), que coordena ainda a associação brasileira, Eduardo Rocha foi um dos pioneiros da prática em Sergipe e afirma que redes sociais, como o Orkut, foram fundamentais para a difusão da prática. Segundo ele, há vários grupos de Parkour formados na cidade e em treinos no fim de semana, que unem vários grupos, muitas pessoas treinam juntas, sem competitividade ou concorrência.
Eduardo Rocha, o Duddu, demonstrando um salto
           
Brenda e Elisandra praticando o treino livre
em que se utiliza a criatividade para completar o percurso
 O Parkour não é considerado um esporte, pois foge à concepção de atividade física com regras e com adversários a serem vencidos. A liberdade do Parkour está, entre outras coisas, na falta regras e na constante adaptação de movimentos à realidade e às capacidades físicas do praticante. A movimentação visa superar obstáculos físicos do dia-a-dia e utiliza capacidades simples, mas que muitas vezes deixam de ser praticadas, como correr, agachar e saltar. Para Eduardo, o Parkour vai além, pois a superação de obstáculos não ocorre apenas no plano físico, mas também no emocional, à medida que ensina a comparar os obstáculos físicos às metas a serem vencidas na vida.
Salto realizado apenas pelos mais experientes
A corrida está tanto no aquecimento,
quanto impulsionando os movimentos
O Parkour ajuda a coordenar
os movimentos em geral
 A prática do Parkour aceita um público muito variado, no que diz respeito à idade e não faz restrição de sexo. As amigas Elisandra Cristina, 14 anos, e Brenda Evellyn, 15, contam que foram apresentadas ao Parkour pelo namorado de Brenda e que se apaixonaram pela prática. Já a estudante de Jornalismo, Taciana descobriu o esporte ao fazer um trabalho para a faculdade e a partir daí começou a praticar também. O mais novo do grupo é Leonardo, de 13 anos, que assim como a maioria, descobriu o Parkour pela internet e logo ficou interessado em praticar
Taciana executando um salto
A reclamação da maioria dos participantes é quanto ao preconceito sofrido, muitas mães, por exemplo, não aceitam a prática, mas o preconceito vai além dos familiares. Eduardo, da ASPK, relata que a população que não conhece o Parkour confunde a pratica com vandalismo: “As pessoas muitas vezes criticam a nossa movimentação e quando você pergunta porquê, elas simplesmente não sabem porque estão fazendo isso, o diferente assusta”.

Os movimentos do Parkour costumam atrair atenção
Eduardo Rocha conta ainda que a polícia já chegou a reprimir os praticantes. “Muitas vezes a gente está treinando numa praça e tem um pessoal usando entorpecentes e a polícia prefere parar a gente que está treinando”, afirma o coordenador da ASPK . Para evitar situações como essa, a associação tem que conseguir através da prefeitura e outros órgão públicos autorizações para a prática em ambientes públicos como praças, espaços públicos para diversão e lazer da população.
Inicio de salto demonstrado a outros praticantes
Os movimentos bem executados dão segurança aos praticantes
Não é saltar sobre um muro, ultrapassar uma árvore ou vencer uma barreira, o Parkour é mais do que isso, pois a disciplina que se aprende e a perseverança que se adquire ensinam aos praticantes que os obstáculos não são apenas físicos. O Parkour é conhecer a si mesmo, ao seu corpo, aos seus limites e usá-los para ser mais forte como pessoa e ser social.
Muitos movimentos são acompanhados pelos colegas que incentivam, encorajam,
dão dicas e provocam em um clima de descontração 


Parkour no cinema e na música
Execução de salto
            Muitos praticantes conheceram o Parkour através do filme B13 – 13º Distrito, estrelado pelo criador da prática, David Belle. O filme conta a história de um jovem que vai tentar acabar com o poder de um chefe do crime num bairro com alto índice de criminalidade, o 13º Distrito. Já na música, o Parkour ganhou destaque em 2006, quando a cantora americana Madonna utilizou a prática em seu clipe “Jump” e em performances da turnê mundial “The Confessions Tour”.



Montagem demonstrando movimentos Lucas Bezerra em um salto


Para conferir o clipe de “Jump” por Madonna é só clicar no link:
http://www.youtube.com/watch?v=Rx0mYN32Kps&ob=av2e
O trailer de B13 – 13º distrito também está disponível no site Youtube:
 http://www.youtube.com/watch?v=Mcmkx1klOpE 

Para mais informações sobre o Parkour em Aracaju, acesse o site da ASPK: 
www.aspk.org.br.
Equilíbrio


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