terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Encanto do Artesanato em Gesso

Família que vive às margens da rodovia Osvaldo Aranha, relata como mantém o seu sustento com a produção artesanal há mais de uma década.
Por Arli Cassas, Dafnne Victoria, Suzanmelila Matos, Taiene Esmerim, Tatiana dos Santos
Dona Ana dando o toque final as peças produzidas
Há 20 anos, quando ocorreu uma invasão às margens da Avenida Chanceler Osvaldo Aranha, no bairro José Conrado de Aracaju, dona Ana Cristina da Silva, de 45 anos,deixou o estado de Pernambuco e chegou cheia de esperança em Aracaju. Nessa mesma época, um grupo de alagoanos, vindo de Maceió, em busca de novos horizontes se estabeleceu na região e iniciou a produção artesanal em gesso. Tempos depois, regressou ao estado natal. Foi a partir daí, que cerca de sete famílias decidiram continuar com a arte que tem encantado muitas pessoas, fazendo do ofício de encantar festas o sustento da família.

Hoje, 12 anos depois, dona Ana Cristina relembra o início de tudo e continua a todo vapor realizando-se profissionalmente todos os dias. Na casa simples, de número 1874 , as inúmeras peças, produzidas a base de gesso e água, chama atenção pelo esmero com que são trabalhadas. Detalhes que impressionam, cores que avivam nosso imaginário. “Tudo o que fazemos é com amor, porque o amor é à base de tudo”, diz, em largo sorriso a matriarca da família Silva.
Dona Ana Cristina, o sobrinho Wanderson Ricardo Santos da Silva,  20 e a filha Gilmara da Silva, 30, são os responsáveis pelas peças produzidas diariamente, de segunda a sábado, com uma carga horária que varia entre 8 a 10 horas. “Só não trabalhamos aos domingos. O nosso domingo é sagrado”, enfatiza a evangélica, que fala calmamente e sempre sorridente.
Enquanto Wanderson e Gilmara colocam a mão na massa literalmente, popularmente dizendo, dona Ana é a responsável pela coloração das peças, que embelezam as festas infantis de Aracaju e região.  A artesã não sabe informar com precisão quantas peças são produzidas mensalmente, mas informa que a renda mensal chega a oscilar entre R$ 1 mil a R$ 1.300. Ainda de acordo com dona Ana Cristina, suas clientes são de Aracaju e do interior. Muitas delas chegam a sua casa graças a propaganda boca a boca. “Muitas delas vem de Itaporanga D’Ajuda, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória, General Maynard, Riachuelo, Laranjeiras, entre outras cidades. Todas elas conhecem meu trabalho devido a propaganda de algumas clientes que tenho há anos”, enfatiza.
Porém, no momento ela não tem do que reclamar. “Graças a Deus o mês de outubro foi uma benção. Tivemos muitas encomendas”, garante. No seu ponto de vista, a peça mais difícil de fazer é o Ben 10, e o mais fácil é o Homem Aranha.
As peças produzidas pelo trio são sob encomendas, já que dona Ana confessa nunca ter participado de feira para expor os produtos, como também à procura pela revenda ser limitada. A unidade média do produto custa R$ 5 e a pequena é vendida por R$ 3. A Cinderela, Ben 10, Ursinho Puff, a Morangunho, a Gatinha Marie, Pica Pau, as Meninas Super Poderosas, Mickey, HelloKitty, Branca de Neve e o Homem Aranha, fulgura entre as peças mais procuradas. No entanto, o Palhaço é o frisson desta estação, sendo muito procurado para dar um up a mais as festas da garotada, e ainda podendo ser usado como cofre.
Dona Ana diz que mesmo as sete famílias se conhecendo e morando lado a lado há tanto tempo, rola uma certa inveja, mas quanto a isso ela tira de letra. “A questão da inveja é algo corriqueiro no nosso dia a dia. Mas não me preocupo quanto a isso. Faço meu trabalho da melhor forma possível e não dou valor a esse tipo de coisa. Sigo em frente de cabeça erguida”, admite.
Dona Ana se diz realizada profissionalmente e confessa que não se vê fazendo outra coisa. “Já fiz inúmeros cursos, entre eles de cabeleireira, porém, foi no gesso que me descobri”, conta.
A trajetória de luta e perseverança de dona Ana se confunde com a história de muitos brasileiros, que dia após dia se reinventam, fazendo da labuta árdua para conseguir seus objetivos um grande aprendizado.
O gesso
Desde a antiguidade, o gesso tem estado presente no progresso do homem, tanto na construção como na decoração, ou ainda em campos como a medicina e a alimentação.

Gesso, matéria prima do artesanato
Tudo isto se deve à sua adaptabilidade, facilidade de aplicação e vantagens características. Tem-se conhecimento da utilização do gesso desde o Neolítico com vários fins como: para fazer cimentos, paredes e também como suporte pictórico.

O gesso de estuque aparece como material de construção aplicado em paredes interiores de algumas pirâmides egípcias, com cerca de 5000 anos.

Na Península Ibérica generalizou-se o uso do gesso durante o período da ocupação romana. São ainda exemplos da sua aplicação, elementos ornamentais e de arquitetura muçulmana. No período românico o gesso foi empregue na elaboração de frescos para decoração de igrejas e capelas.

No século XIX, o gesso vai gradualmente incorporando a arquitetura civil como material de reboco e como elemento decorativo em palácios e vivendas.

Atualmente o gesso é um produto na vanguarda da técnica e o seu uso generalizou-se como material fundamental na construção.
As suas propriedades estéticas e mecânicas convertem-no na melhor escolha para a obtenção de conforto e qualidade de vida
O gesso com sua praticidade e diversidade vem dominando o mercado na área de decoração e construção civil para todos os ambientes.
Visite a artesã e conheça suas peças:
Avenida Osvaldo Aranha, nº. 1874, bairro José Conrado de Araújo.
Telefone: (79) 9856 3326

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