sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Dia 25 abre campanha pelo fim da violência contra a mulher


Mobilização procura motivar o ativismo e o fim das agressões
Por Iargo Souza, Nayara Arêdes e Victor Limeira


Nesta sexta-feira, dia 25, aconteceu na praça Fausto Cardoso, centro de Aracaju, o início da campanha em comemoração ao Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Mulher. Das 10h às 16h, funcionários e voluntários realizaram um trabalho de conscientização no stand montado pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SEPM). O dia 25 abre as ações dos “16 Dias de Ativismo”, campanha internacional que tem como lema deste ano “Da paz no lar à paz no mundo”. Até o dia 10 de dezembro, em outros pontos da capital e em todo os estado, acontecerão programações com o intuito de alertar a população e agregar parceiros na defesa dos direitos da mulher.

Prevenção a doenças é uma das abordagens no evento
Material informativo inclui cartilhas
com a Lei Maria da Penha
Neste primeiro dia de campanha estiveram presentes membros da Federação das Mulheres de Sergipe, do Fórum das Mulheres e da União Brasileira das Mulheres (UBM), dentre outras entidades. A Delegacia de Apoio a Grupos Vulneráveis (DAGV) contribuiu abrindo espaço para a população tirar dúvidas a respeito de seus direitos. Além da distribuição de panfletos, preservativos e cartilhas com a Lei Maria da Penha, o evento levou informações sobre prevenção ao câncer de mama, gravidez indesejada, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e ao uso do crack.

Mulheres são chamadas ao protagonismo na luta pelos
seus direitos
Evento incentiva auto exame e esclarece dúvidas sobre
o câncer de mama 
Maria Teles convida população para participar do espaço
Os 16 Dias de Ativismo neste ano irão abordar quatro questões identificadas como prioridades no que diz respeito ao enfrentamento contra a violência: juntar mulheres, paz e movimentos pelos direitos humanos; proliferação de armas e seu papel na violência doméstica; violência política contra as mulheres, incluindo pré, durante e pós-eleitoral; e violência institucional. A este respeito, a secretária de política para mulheres do estado, Maria Teles, destaca a necessidade de uma mudança de postura entre a população. “Ainda há em nossa sociedade a noção de que o homem é superior, e de que a mulher deve estar sempre pronta e disposta a servi-lo. É preciso mudar estas relações de poder, e é neste sentido que o programa 16 Dias de Ativismo procura trabalhar”, diz.

Campanha 16 Dias de Ativismo propõe informação como
mecanismo de luta pela garantia dos direitos humanos e 

erradicação da violência 
Mudança de mentalidade entre os homens é fundamental
no combate à violência contra a mulher
Renata Abreu estimula vítimas à denúncia
Um dos principais mecanismos de proteção à mulher é o disque denúncia (180), em que a vítima ou outras pessoas que tem conhecimento de situações de agressão tem a possibilidade de procurar ajuda, tendo sua identidade resguardada. Renata Abreu, delegada da Mulher, encoraja as vítimas de violência a saírem da postura de omissão. “Só a denúncia torna possível que tomemos as devidas providências. Permanecer calada diante da violência é pior, pois a mulher vai continuar convivendo com um companheiro perigoso, correndo o risco de ser novamente agredida”, fala.

Equipe promove conscientização aos passantes na Praça
Fausto Cardoso
Além da violência física, a Lei Maria da Penha prevê outros quatro tipos de violência contra a mulher: a moral, relacionada aos danos a reputação; a psicológica, que envolve humilhações e prejuízos a auto-estima; a patrimonial, ligada a destruição de bens; e a sexual, que diz respeito à coação da mulher a qualquer prática que envolva sua sexualidade. O agente de saúde José Santos, ajudando na distribuição de material informativo e de prevenção no evento, diz haver falhas na lei de proteção às mulheres. “A lei não existe, já que mesmo que o homem violente a mulher e vá pra cadeia, basta pagar uma fiança e ele já está livre pra bater nela de novo”, critica. O agente completa: “Enquanto homem, acho muito importante que as mulheres se organizem, e acho também que os homens tem que se conscientizar. A mulher é a flor mais linda que nasceu nesse mundo, e todos nós nascemos dela".

Combate à violência contra a mulher
é garantia da vida
José Santos colabora e destaca
o papel do homem na luta

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