Mobilização procura motivar o ativismo e o fim das agressões
Por Iargo Souza, Nayara
Arêdes e Victor Limeira
Nesta sexta-feira, dia 25,
aconteceu na praça Fausto Cardoso, centro de Aracaju, o
início da campanha em comemoração ao Dia Mundial de Combate à Violência Contra
a Mulher. Das 10h às 16h, funcionários e voluntários realizaram um trabalho de
conscientização no stand montado pela Secretaria Especial de Políticas para
Mulheres (SEPM). O dia 25 abre as ações dos “16 Dias de Ativismo”, campanha
internacional que tem como lema deste ano “Da paz no lar à paz no mundo”. Até o
dia 10 de dezembro, em outros pontos da capital e em todo os estado,
acontecerão programações com o intuito de alertar a população e agregar
parceiros na defesa dos direitos da mulher.
Prevenção a doenças é uma das abordagens no evento |
Material informativo inclui cartilhas com a Lei Maria da Penha |
Neste primeiro dia de campanha estiveram
presentes membros da Federação das Mulheres de Sergipe, do Fórum das Mulheres e
da União Brasileira das Mulheres (UBM), dentre outras entidades. A Delegacia de
Apoio a Grupos Vulneráveis (DAGV) contribuiu abrindo espaço para a população
tirar dúvidas a respeito de seus direitos. Além da distribuição de panfletos,
preservativos e cartilhas com a Lei Maria da Penha, o evento levou informações
sobre prevenção ao câncer de mama, gravidez indesejada, Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DSTs) e ao uso do crack.
Mulheres são chamadas ao protagonismo na luta pelos seus direitos |
Evento incentiva auto exame e esclarece dúvidas sobre o câncer de mama |
Maria Teles convida população para participar do espaço |
Os 16 Dias de Ativismo neste ano
irão abordar quatro questões identificadas como prioridades no que diz respeito
ao enfrentamento contra a violência: juntar mulheres, paz e movimentos pelos
direitos humanos; proliferação de armas e seu papel na violência doméstica;
violência política contra as mulheres, incluindo pré, durante e pós-eleitoral;
e violência institucional. A este respeito, a secretária de política para
mulheres do estado, Maria Teles, destaca a necessidade de uma mudança de
postura entre a população. “Ainda há em nossa sociedade a noção de que o
homem é superior, e de que a mulher deve estar sempre pronta e disposta a servi-lo.
É preciso mudar estas relações de poder, e é neste sentido que o programa 16
Dias de Ativismo procura trabalhar”, diz.
Campanha 16 Dias de Ativismo propõe informação como mecanismo de luta pela garantia dos direitos humanos e erradicação da violência |
Mudança de mentalidade entre os homens é fundamental no combate à violência contra a mulher |
Um dos principais mecanismos de
proteção à mulher é o disque denúncia (180), em que a vítima ou outras pessoas
que tem conhecimento de situações de agressão tem a possibilidade de procurar
ajuda, tendo sua identidade resguardada. Renata Abreu, delegada da Mulher,
encoraja as vítimas de violência a saírem da postura de omissão. “Só a denúncia
torna possível que tomemos as devidas providências. Permanecer calada diante da
violência é pior, pois a mulher vai continuar convivendo com um companheiro
perigoso, correndo o risco de ser novamente agredida”, fala.
Além da violência física, a Lei Maria da Penha prevê outros quatro tipos de violência contra a mulher: a moral, relacionada aos danos a reputação; a psicológica, que envolve humilhações e prejuízos a auto-estima; a patrimonial, ligada a destruição de bens; e a sexual, que diz respeito à coação da mulher a qualquer prática que envolva sua sexualidade. O agente de saúde José Santos, ajudando na distribuição de material informativo e de prevenção no evento, diz haver falhas na lei de proteção às mulheres. “A lei não existe, já que mesmo que o homem violente a mulher e vá pra cadeia, basta pagar uma fiança e ele já está livre pra bater nela de novo”, critica. O agente completa: “Enquanto homem, acho muito importante que as mulheres se organizem, e acho também que os homens tem que se conscientizar. A mulher é a flor mais linda que nasceu nesse mundo, e todos nós nascemos dela".
Combate à violência contra a mulher é garantia da vida |
José Santos colabora e destaca o papel do homem na luta |
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