Músicos e toda a equipe do Sesc |
Por Ayalla Anjos, Cleanderson Santana, Maíra Silveira, Sóstina Silva, Thaís Leite
O Sescanção, que é promovido pelo Serviço Social do Comércio –SESC, surgiu em 1996 em formato de Festival de Música. Nesse período foram descobertos grandes talentos no pequeno território sergipano, a exemplo de Patrícia Polayne, Ivan Reis e Kleber Melo. “O Sescanção é realizado de dois em dois anos. E um ano antes a gente já começa a preparar todo o projeto e divulgação. Seis meses antes a gente começa o processo de inscrição para a seleção, por que dois meses antes do evento a gente já tem que estar com as músicas selecionadas”, explica Excelsa Machado, superintendente regional do Sesc. Em 2004 o Sescanção resolveu extinguir o caráter competitivo de um festival e passou a se denominar como mostra. O objetivo do evento passou a ser de mostrar o que há de melhor sendo produzido no estado, sem ganhadores, perdedores e sem hierarquizações entre os gêneros musicais expostos. “A não competitividade foi um ponto importante, porque leva a uma integração da classe artístico-musical. Isso muda a história da música. Todos mostram que tem competência de mostrar o seu trabalho. Não existe melhor nem maior, somos iguais”, afirma Raquel Leite, gerente de cultura do Sesc.
O evento teve como cerimonialista o DJ Junior Versiani |
Odir Caius trouxe a canção "Uma flauta no choro" (instrumental) |
Claúdio Vilanova e a canção "Mundo Hostil" |
Neste ano, 72 artistas inscreveram-se no Sescanção apresentando 3 músicas cada, o que resultou num total de 216 canções, dentre essas, para compor a mostra,16 foram selecionadas por um júri formado por músicos e professores. “Meu papel foi escolher os músicos certos. A boa música que vimos aqui hoje foi fruto da comissão de seleção e dos músicos que fizeram os arranjos”, relata o técnico em música Fábio Oliveira. A diversidade de gêneros musicais foi marcante, uma vez que foram expostas ao público composições do rock, reggae, rap, MPB, samba, chorinho e música infantil. “A meu ver, atendeu a expectativa. Os selecionados mostraram competência. A gente que viaja muito vê que Sergipe tem pessoas de alto gabarito, cada um dentro do seu estilo. O público mostrou que estava gostando. Reagiram positivamente, todos aceitaram todos os estilos”, conta Raquel Leite. Nas palavras da estudante de Jornalismo, Laura Borges, “O Sescançao é uma só uma amostra do que tem de lindo em Sergipe. O evento é apenas a vitrine para tanto produto cultural de qualidade que temos para consumir aqui. É hora de esses artistas aparecerem”. Entretanto, de acordo com a fotógrafa Moema Costa, a mostra poderia ter sido incrementada com atrações surpresas para dinamizar o evento e surpreender o público.
A banda Diconduta cantou" Tá no jogo é pra jogar" |
Celda Mota e sua canção "Rima" |
Elvis Boamorte cantou "Satisfação"
Lena Oliver interpretou " O olhar de menina" |
Homenagem
Durante o evento, foi homenageado o músico sergipano Wellington dos Santos, conhecido como Irmão, falecido em novembro do ano passado. Irmão iniciou seu trabalho na década de 70, e foi um dos primeiros artistas da terra a se consagrar na cena musical. Foi cantor, compositor e militante dos movimentos em prol da cultura em Sergipe.
“Irmão foi escolhido porque acreditou nessa mostra, e foi a partir daqui que ele foi revelado. E pelo seu amor à música, sua busca de ver qualidade e de ver crescer a classe musical. Ele foi um guerreiro da música sergipana”, conta Raquel Leite.
Divulgação
Cerca de um ano após a mostra, serão lançados CDs com as composições que fizeram parte do Sescanção a fim de dar maior apoio aos artistas que estão começando e ao mesmo tempo divulgar a música produzida em Sergipe. “Após a mostra, depois que os cds estão prontos, fazemos uma entrega oficial. A gente ajuda na divulgação chamando os músicos nos eventos comemorativos, solicitando nas rádios, e no próprio programa de rádio do SESC (estação Sesc)”, relata a Superintendente Regional do Sesc, Excelsa Machado. Para o técnico em música que fez parte da comissão avaliadora das canções escritas, Fábio Oliveira, no tocante à divulgação, o músico contemporâneo, ciente da falta de apoio governamental, não deve esperar que a oportunidade venha até si, mas que este saiba ser também produtor e saber lidar com as redes sociais para divulgar seu trabalho de maneira eficiente.
Alberto Silveira tocou " Quase primavera" (instrumental) |
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