quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Jovens promessas do patins sergipano

Gêmeos se preparam para começar o treino


Garotos treinam forte para ganhar espaço nesse esporte que ainda é esquecido por muitos.  


Aggressive in line - em busca do topo da rampa


Por Osmar Rios, Eudorica Luciana, Joseilton Bispo, Wallison Oliveira e Helder Santos.


Patins “in line” ou, na tradução ao pé da letra “em linha”, é esse o esporte praticado por três jovens atletas, que são promessas para o patins sergipano, e até brasileiro. Entretanto, eles preferem uma patinação “mais agressiva”, chamada de “Aggressive In line” (no português, Agressiva em Linha). A patinação agressiva inclui uma variedade de manobras, deslizes, saltos, e outras avançadas manobras de patinação. Também chamada de "Patinação de Rua" ou "Street".


Manobras ousadas fazem parte deste esporte

Pista da Praça da Juventude

Enquanto patinação agressiva refere-se a manobras em quase qualquer obstáculo, patinação de rua refere-se especificamente a obstáculos não-posicionados (sem ser em pistas). Existem dois tipos de patins agressivos, os rígidos e flexíveis. Os rígidos além de não serem flexíveis, são geralmente mais pesados comparados aos patins recreativos. Os flexíveis, são bem mais flexíveis mas normalmente tão pesados quanto os rígidos. As rodas são pequenas (por volta de 56 mm), e a velocidade relativamente baixa (comparado aos patins recreativos) para dar mais controle nas manobras.


Segundo os atletas, um patins novo de boa qualidade custa por volta de 1.100 reais e o mais simples uns 600. Já quanto aos patins usados, os melhores custam entre 500 e 700 reais, e os mais fracos estão abaixo de 500 reais. Contudo, John explica que seja usado ou novo os patins geralmente são muito resistentes, duram por muitos anos se, claro, forem bem cuidados.

Patins de John bem cuidada para ter uma maior duração e evitar odoes desagradáveis, pois o pé costuma suar bastante.

Os dois primeiros patinadores são os gêmeos Alan e Alysson Cruz, de 20 anos. Eles treinam há um ano e três meses, e começaram a andar ao ver o amigo (e terceiro patinador da reportagem) John Lessa, que já pratica o esporte desde os treze anos de idade, e este ano completa 6 anos de “agressive in line”. Os três patinadores treinam todos os dias nas pistas da Praça da Juventude – no conjunto Augusto Franco – e na “Cara de Sapo” – na Orla de Atalaia. Na primeira, eles costumam treinar a tarde, por volta das 16 até as 20 horas. E, na segunda pista, o treino acontece a noite, sem horário específico para começar, mas sempre acaba as 23 horas.

Gêmeos Alysson (a frente) e Alan contam um pouco sobre os treinamentos bem animados

John observa os amigos e dá algumas dicas
 Eles utilizam patins que possuem uma base com duas rodas, o peso é entre um e dois quilos e meio, lembrando que o número da bota é diferente do número do shell (a base do patins que fica logo acima das rodas). Os garotos também saem para, como eles dizem, “dar um rolé” na rua, atrás dos chamados Pico-street que, segundo Alysson, são pontos onde podem executar suas manobras, como canos, quinas, portas de lojas. “Uma vez pegamos um toldo velho, o colocamos de cabeça para baixo e usamos”, conta Alan.
“Quando saímos para o ‘rolé’ fazemos o chamado ‘rachinha’, uma disputa de manobras durante o percurso, ajuda para animar o ‘rolé’. Aí um vai e faz uma manobra, então o concorrente tem que fazer uma melhor e aí vai até que um deles não tenha mais nenhuma manobra para superar o outro”, explica Alysson.

Alysson treinando saltos

Alan e Alysson ainda vão participar do primeiro campeonato oficial (imagem abaixo), já John contém quatro campeonatos em sua bagagem: “No primeiro torneio fiquei em último, depois fiquei em penúltimo. Aí no terceiro fiquei em segundo lugar e no mais recente fiquei em quarto lugar”. John falou a nossa equipe que quem o influenciou foi o cunhado, que já andava muito e quando ele quis praticar o esporte recebeu bastante incentivo, chegou a receber três pares de patins do cunhado. Os garotos comentam também que há poucos patinadores em Sergipe, cerca de vinte, e é difícil manter um contato mais próximo, o jeito é falar pela internet. Porém eles conseguem marcar com patinadores de outros estados do Brasil para que venham competir aqui e trocar ideias sobre o esporte.

Foto: Divulgação

Quanto aos equipamentos, eles dizem só utilizar a munhequeira. Só usam o capacete no campeonato, pois é obrigatório, o que torna a “brincadeira” perigosa, com chances maiores de se machucar, como Alan que cortou o supercilío em uma queda na pista. Ultimamente eles estão treinando também todos os dias, meia noite, na Praça da Juventude e, para “dar um rolé”  são convidados mais cinco amigos, todas as segundas, quartas e sextas. Atualmente, há apenas um grupo no qual participam todos os patinadores sergipanos, chamado “Du Mangue” (Entre no Blog: clique aqui). E é esse grupo que está organizando este próximo Campeonato (que em média tem de 15 a 20 atletas), dia 11/12, através dos membros de maior permanência como: Picolino, Sacaroto e Thiago Aoshi, assim informou John Lessa. Esse grupo está até criando uma espécie de grife “Do Mangue”, onde criam roupas e acessórios com esta marca citada.

John parece "flutuar" sobre o cano

Alan voa alto em busca de uma boa colocação em sua 1ª competição


Curiosidade: Ascensão do Esporte
O aggressive inline deu seu primeiro grande passo na produção de um filme de longa duração: Dare to Air, um filme feito para pessoas que estavam iniciando neste esporte. Dare to Air foi feito com um orçamento baixo, uma produção praticamente caseira, mas que conseguiu passar a idéia de que como seria este esporte, mostrando todas as habilidades de manobras com grau de dificuldades bastante elevados para a época. Também mostrou bastante a cidade e os locais de manobras, os terrenos onde praticantes executavam suas manobras. Dare to Air foi o primeiro grande passo de divulgação, iniciando a partir dele uma evolução deste esporte radical que nunca mais parou de crescer.
Apesar de pouco tempo no esporte, Alysson demonstra habilidade

Em complemento a o filme anterior, The Hoax foi o primeiro vídeo de manobras realmente agressivas que até virou uma espécie de bíblia para os praticantes do aggressive inline. Arlo Eisenberg fez o maior empenho para que Craig Caryl fizesse este filme. Arlo revelou em entrevista que "se não fosse pelos vídeos, o aggressive Inline não teria a força que tem nos dias de hoje".
Na atualidade, os patinadores concluem manobras em corrimões gigantes, altos e de preferência com um "precipicio ao lado" e pulando de altura de mais de 3 metros, como casas, de 1° e 2° andares de blocos de apartamentos. (Fonte: wikipedia)

Veja mais fotos: clique aqui .

7 comentários:

  1. muito boa matéria, soube explicar direitinho um pouco desse nosso "complicado" esporte, mas muito legal essa modalidade! gostei também do aspecto histórico que voces abordaram, lembrando do grande Arlo Eisenberg, texano que levantou o esporte junto a outros tantos americanos no início dos anos 90! muito boa a citação da "bíblia" The Hoax!! grande matéria!!!

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  2. Realmente esses ninos é o futuro do patins Sergipano
    Boto mô fé ... hehe
    Especialmente o "Alan" que é super copetente e determinado ;)
    Por: Viviane

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  3. Show de bola a reportagen,fikou muito bom msmo,parabéins pra sua equepi vcs foram fundo msmo (y'

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  4. legal!
    futuros do esporte sergipano!
    principalmente ''alysson'' [bb]
    te amu...
    bota pra chegar u.u

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  5. Olá, parabéns pela matéria, ficou muito boa! Somos da Intrépido Sportswear de SP e nós admiramos pessoas como vcs, que não ficam parados esperando as coisas acontecerem. Queremos levar essa cultura para todo Brasil e vcs são ótimos exemplos disso. Juntem-se a nós nesse movimento, curta nossa página no Facebook. Vou mencionar vcs por lá. abraços.
    Saia da Inércia!

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