quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Graffite harmoniza cidade e forma cidadãos


Por Adler Berbert, Bruna Guimarães, Elaine Casado e Mairon Hothon
Grafite dá vida aos muros e fachadas da cidade 
O grafitismo invadiu as grandes cidades, intervindo nos espaços de forma inédita. Seja em paredes, grandes avenidas, praças, viadutos, pontes ou escolas, a arte de grafitar, antes vista como vandalismo, vem ganhando uma nova conotação e hoje já se encaixa na categoria de ‘arte urbana’.
Grafte hoje já é considerado uma arte urbana
Surgido em 1968, na França, o grafite inicialmente se ligava as manifestações estudantis e as formas de expressão dos oprimidos. No Brasil, foi introduzido em 1970 na cidade de São Paulo, que logo se tornou referência dessa prática em todo o país. Já em Sergipe, sobretudo em Aracaju, a arte urbana do grafite vem se devolvendo há cerca de 10 anos.
A grafitagem muitas vezes é confundida com o vandalismo da pichação  
Diferentemente da pichação, onde o mais importante é transgredir e poluir visualmente as cidades, o grafite tem por objetivo harmonizar as paisagens e conscientizar os jovens, por isso tem sido desenvolvido em vários projetos sociais e escolares. O Projeto ‘Beco dos Cocos’ é um exemplo, onde a Prefeitura de Aracaju financiou uma reestruturação do local. Localizado entre os mercados municipais e a Praça General Valadão, o Beco dos Cocos já foi considerado como reduto boêmio e local de prostituição. Hoje, suas paredes foram todas pintadas pelo grafite.
Projeto de Graffitagem no Beco dos Cocos, no centro de Aracaju

O grafitismo também desenvolve o lado profissional. Um exemplo disso é o grafiteiro André Chagas, que tem trabalhos espalhados pela cidade. Há 10 anos na profissão, já desenvolveu grandes projetos e é considerado um dos melhores do estado. “Gosto de aliar coerência e harmonia das cores e traços, sempre passando uma mensagem de conscientização. Já melhoramos a cara de nossa cidade”.
André Chagas, graffiteiro profissional
A arquiteta e urbanista da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (EMURB), Angélica Rocha, aponta alguns lugares já contemplados com esta ‘arte urbana’ na capital: a Caixa D’água do bairro Castelo Branco, Orla pôr-do-sol (Mosqueiro), Praça da Liberdade (Santa Lúcia); Praça do bairro Siqueira Campos; Praça do bairro Cidade Nova, Orla da Atalaia, Ponte João Alves Filhos e paredes pelas avenidas da capital (Av. Ivo do Prado, Des. Maynard). “Sempre que possível a arte do grafite tem espaço nas obras públicas, mesmo sem um projeto especifico”, afirma.
Angélica Rocha, arquiteta e urbanista da EMURB
Aos poucos, a cultura do grafiti já vai sendo aceita pela população. A prova disso é a sua presença em obras públicas espalhadas pela cidade. A importância dos profissionais graffiteiros está contida nos significados de suas obras, pois cada trabalho acaba tendo a função de evitar a ação de pichadores, protegendo o local.

Um comentário: