sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Projeto Acesso encerra suas atividades do ano

Chega ao fim mais um período de um dos projetos de maior incentivo à democratização das artes circenses e teatrais em Aracaju.
Casa Rua da Cultura: onde acontecem as oficinas do Projeto Acesso

Por A nne Samara Torres, Larissa Regina e Lorena Larissa 
   Projeto Acesso é o nome dado ao conjunto de oficinas de circo e de teatro realizadas na Casa Rua da Cultura e promovidas pela Cia de Teatro Stultífera Navis.  Com uma irrisória taxa de inscrição por 4 meses de aula ou então com aulas gratuitas durante as férias,  o projeto, que não têm um público específico, já viu passar pelo seu terreno mais de 800 alunos das mais diferentes idades e classes sociais desde que foi criado em 2007.
   Segundo o diretor da companhia e um dos fundadores do projeto, Lindemberg Monteiro, a idéia de dar aulas de teatro e de circo nasceu ao acaso “Um dia estava eu e Marcelo, um dos atores da Cia, na frente da Casa Rua da Cultura e vimos um monte de jovens aqui na praça em frente, um monte de estudantes que tinham saído do colégio e ficavam na praça sem fazer nada, daí a gente pensou em chamar essa garotada toda para fazer aula de arte aqui. Foi assim que surgiu o projeto”, explica ele.    

A instrutora Júlia Caianara ajuda os alunos de circo na execução dos movimentos
    Hoje, quem começou como aluno já é professor. Esse é o caso da atriz de 17 anos, Júlia Caianara, que agora é instrutora de circo e de teatro e dá aulas para pessoas das mais diferentes idades “Aqui não existe esse problema de se ser mais velho ou mais novo que o outro. Estamos aqui para debater idéias. Na sala de aula eu sou autoridade não pela minha idade e sim porque eu sou professora e tenho coisas para ensinar a eles, independente d’eu ser mais nova ou mais velha que os alunos", comenta Júlia. 

Início da última aula de teatro do período 2010.2
   E quem participa das aulas também parece não se importar em nada com questões de idade e sim em questões de descoberta e superação. Há cada período, entram novos alunos, curiosos com o mundo artístico e saem outros, seja por falta de tempo, por falta de identificação com a área ou por outros fatores. A verdade é que ninguém termina o projeto sem levar consigo algum aprendizado como diz o aluno de teatro Adler de Melo, de 18 anos e morador do bairro Soledade “Além de teatro eu aprendi aqui coerência, disciplina e espírito de união, porque aqui a gente tem de ser muito unido”, confessa ele, que ficou sabendo das aulas por panfletos que a própria companhia distribui pela cidade ao início de cada período.
 
O aluno de circo Elder acha importante projetos como esse

   Outra coisa que não passa despercebida é a importância de projetos como esse para os aracajuanos, não só para aqueles que buscam se dedicar a cultura, mas também para os que precisam ter seu tempo preenchido com coisas que lhe despertem a atenção, a curiosidade e principalmente a si mesmo, como diz Eldervan Santana que mora no bairro Cidade Nova e lembra “Esses cursos são muito importantes porque em vez de muitos jovens ficarem na rua, como acontece no meu bairro, eles vêm pra cá e aprendem muita coisa interessante”, fala Elder, como é mais conhecido.
Alunos concentrados no texto mesmo no último dia de aula
   Mas esse não é o fim definitivo do projeto Acesso. Segundo Lindemberg, de Janeiro a Fevereiro do próximo ano haverá o “Acesso Férias”, totalmente gratuito a quem quiser experimentar um pouco desse mundo e logo depois os 4 meses de “Acesso Regular” para os que gostarem  e quiserem seguir em frente. No próximo Sábado (04/12), os atuais alunos irão fazer uma apresentação do que aprenderam na Sala Sergipana de Teatro que fica na Casa Rua da Cultura aberta a todo o público, do mesmo que o projeto é.  E é assim, com o sentimento de dever cumprido e expectativas para um novo período, que chega ao fim mais um ano de incentivo as artes e aos artistas sergipanos. Ou será o começo?

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