Igrejas, conventos, sobrados e museus compõem o conjunto arquitetônico da quarta cidade mais antiga do Brasil.
Por Arli Casas, Dafnne Victoria, SuzanMelila Matos, Taiene Ismerim, Tatiana dos Santos
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A Praça São Francisco recepciona quem chega a histórica cidade sergipana |
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Fachada do prédio onde funciona o escritório do Iphan no município |
São
Cristóvão, primeira capital do Estado de Sergipe, fundada em Janeiro de 1590,
ostenta o título de quarta capital mais antiga do Brasil. A cidade possui um
inestimável acervo arquitetônico constituído ao longo dos séculos XVII e XVIII.
São igrejas, museus, conventos e casarões barrocos que atraem para o centro
histórico os turistas que vem a Sergipe, fascinados pelo encantamento da cidade
sergipana. Além do Museu de Arte Sacra, o terceiro da América Latina em número
e qualidade de peças, São Cristóvão possui o Museu Histórico de Sergipe e o
Museu dos Ex-votos, que juntos, desvelam a religiosidade do passado colonial.
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A arquitetura da Igreja Nossa Senhora da Vitória encanta pela imponência |
O
centro antigo da cidade de mais de quatrocentos anos é considerado patrimônio brasileiro, ele tem
importância histórica e artística nacional. A cidade foi tombada pelo Instituto
do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) em 23 de Janeiro de 1967, órgão
responsável pela preservação do patrimônio cultural.
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O Lar Imaculada Conceição atende meninas carentes do município |
O
Lar Imaculada Conceição, antigo Hospital Santa Casa de Misericórdia, situado na
Praça São Francisco, a partir do ano de 1922, além de convento, tornou-se um
internato que abrigava 400 meninas, no qual estudavam e recebiam ensinamentos
religiosos. A partir do ano 2000, o Lar passou a ser semi-internato e a escola
mantida pelas Irmãs Beneditinas acolhem atualmente 200 meninas de seis a
catorze anos, que são do município de São Cristóvão, onde estudam e fazem
cursos de informática, dança e música.
As
semi-internas não pagam pela educação recebida, os pais pagam uma taxa para
manter o prédio e os funcionários da Escola do Lar Imaculada Conceição. O Lar
encontra-se em reforma pelo IPHAN há quase cinco anos e a previsão do término
da restauração do Convento, e da Igreja de Santa Isabel, da Gruta em que fica a
imagem de Nossa Senhora de Lourdes é de dois anos. Encontra-se também em
restauração a Sacristia e a Pia Batismal, toda feita em pedra sabão.
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Reformas deverão ficar prontas em dois anos. Iphan fiscaliza minuciosamente as obras |
Após
o final da reforma o Convento contará com uma pousada, instalada no espaço da
antiga clausura, toda uma estrutura para receber os turistas que chegarem para
conhecer o Centro Histórico de São Cristóvão. O Lar Imaculada Conceição é
mantido através do trabalho voluntário cotidiano das Irmãs, de doações, de uma
pequena ajuda em dinheiro da Prefeitura Municipal de São Cristóvão, de uma
lojinha onde vendem doces, sorvete de frutas, licor caseiro fabricado pelas
Irmãs, Briceletes (o nome é francês, mas o Briceletes é um tipo de biscoito de
origem suíço, feito de farinha de trigo, leite,
açúcar, ovos, margarina e raspas de limão, produzido artesanalmente pelas Irmãs em
uma máquina de prensar vinda da Suíça).
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O artesanato local chama a atenção dos visitantes |
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Venda de artigos de Irmã Dulce ajudam na manutenção do Lar |
Lembranças
e artigos como livros e velas de Irmã Dulce, que iniciou sua vida religiosa no
Convento do Carmo, são vendidos e a renda dos produtos da freira, que
recentemente foi beatificada, é enviada para as Obras Sociais Irmã Dulce em
Salvador.
Construída
entre os séculos XVI e XVII, a Praça São Francisco demonstra de forma singular
a fusão das influências das legislações e práticas urbanísticas espanholas e
portuguesas na formação de núcleos urbanos coloniais.
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Os famosos briceletes. A guloseima é de dar água na boca |
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O folclore também está presente na cultura de São Cristóvão, através da Casa do Folclore Zeca de Noberto |
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Os detalhes em ouro chamam a atenção na Igreja Nossa Senhora da Vitória |
O
conjunto arquitetônico da Praça São Francisco é um dos mais
expressivos remanescentes das edificações coloniais relacionadas à Ordem
Franciscana da Igreja Católica. O sítio abrange um convento com
uma composição dinâmica própria, em função da monumentalidade do adro e do
cruzeiro e da ruptura com a idéia de equilíbrio e simetria comuns a outros
conventos franciscanos, remetendo claramente às disposições da Lei IX das
Ordenações Filipinas. Esse aspecto faz da Praça São Francisco um caso peculiar
no processo de ocupação do território brasileiro, além do reconhecimento como
título de Patrimônio da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 10 de agosto de 2010. O entorno
abriga a Igreja de Misericórdia, o Palácio Provincial e Casario Antigo, a
Igreja e Convento de São Francisco, a Capela da Ordem Terceira (hoje Museu de
Arte Sacra), a Santa Casa, o Museu de Sergipe e a Casa do Folclore Zeca de
Noberto.
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