terça-feira, 18 de outubro de 2011

Parque da Cidade, recanto de diversão e responsabilidade social



Lazer e tratamento terapêutico em contato direto com a natureza reunidos em um mesmo lugar.
 

Por Osmar Rios, Joseilton Bispo, Eudorica Luciana, Wallison Oliveira e Helder Santos

Ar puro, animais silvestres e muito verde são alguns atrativos que Parque José Rollemberg Leite, também conhecido como Parque da Cidade, podem oferecer aos visitantes. Localizado no bairro Industrial, zona norte de Aracaju, o parque reúne a única reserva de mata atlântica da cidade e abrange uma área de um milhão e 500 mil metros quadrados. O contato direto com a natureza faz com que o parque seja bastante frequentado pelos moradores das redondezas, principalmente nos finais de semana. Porém, o local ainda é pouco conhecido pelos aracajuanos e pouco explorado como potencial turístico. Esta é a opinião de Dona Abilene, vendedora de salgados e batata frita no Parque há oito anos, sempre nos finais de semana e feriados: “O movimento no parque não é tão bom, acho que a mídia deveria divulgar mais o parque”, e complementou “o Parque da Cidade é o ‘pulmão verde’ da cidade de Aracaju e o espaço é bem organizado”.
 


Enquanto conversava conosco, D. Abilene preparava mais uma remessa de batatas.


Até mesmo os vendedores que estão a mais tempo no Parque, como Reginaldo Félix, ressaltam duas coisas que precisariam para o parque: divulgação e mais eventos. E ele ainda acrescentou com muita empolgação: “Eles não pagam nada para comercializar no parque, o Diretor do parque só exige a organização. É bom demais trabalhar aqui!”.
Reginaldo Félix: desde a infância servindo ao parque. 


Uma figura batalhadora é José Batista, tratador de animais lá há 24 anos, que nos informou que o movimento no espaço aumenta em datas comemorativas e principalmente na semana das crianças, e então, quando recebe folga, também atua como vendedor. E, assim como D. Abilene e Reginaldo, reclama da má divulgação do Parque.

O espaço do José Batista sempre atraindo consumidores.

O parque dispõe de vários espaços, dentre eles está o zoológico que faz a alegria dos visitantes, em especial da criançada, que conta com cerca de 300 animais. Lá podemos encontrar até alguns animais ameaçados de extinção, como é o caso da arara azul e da onça pintada. Com um pouco de sorte é possível ver o leão, já que ele fica quase todo tempo escondido na jaula.


Ao entrar no zoológico, esta é a primeira bela paisagem encontrada: A ilha dos macacos.


Depois do almoço, a Sussuarana descansa.
  “Passear no parque é muito bom, porque a gente conhece os bichos e pode ver a onça bem de pertinho e os macaquinhos que ficam na lagoa”, disse o pequeno João Vitor de apenas sete anos.


Crianças na expectativa para ver os animais que, em sua maioria, não saem muito da jaula.

Na ocasião, encontramos excursões escolares e projetos infantis que realizavam a “semana da criança no Parque”, em virtude do dia das crianças. Um exemplo foi o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), criado pela secretária Silvia Fontes, da prefeitura de Socorro. A educadora social, Marcela Campos, e a coordenadora geral, Adriana Gomes, estavam supervisionando as crianças no passeio e relataram a importância de trazer as crianças carentes para lugares de entretenimento tão bonitos e interessantes como o Parque da Cidade. O projeto atende à 300 crianças e está dividido em três pólos: Oiteiras, Parque dos Faróis e Marcos Freire.
 
Garotada e educadores do PETI, de N. Sra. do Socorro, descansando nas sombras das árvores.

Outro local que chama atenção especialmente das crianças é o Planeta dos Pássaros, principalmente por abrigar diferentes aves de coloração e tamanhos variados. São papagaios, araras, tucanos e outras espécies típicas da mata atlântica. A estrutura do parque conta ainda com quiosques para piqueniques e áreas esportivas com dois campos de futebol e a rampa para os praticantes de voo livre.

A professora Rosangela dos Santos, de 38 anos, visita o parque zoológico pela primeira vez, e fala da importância do parque. “Nunca estive em um zoológico antes e confesso que estou gostando muito do passeio, os aracajuanos precisa conhecer mais este local e desfrutar de tudo aquilo que ele pode oferecer, por que tudo aqui é bastante interessante e com certeza vou voltar outras vezes", assegurou.


Rosângela dos Santos fala de forma entusiasmada sobre sua primeira visita ao parque.

Para quem gosta de aventura o teleférico é boa opção, um passeio sob as copas das árvores proporciona ao visitante uma visão privilegiada de todo o parque, inclusive do zoológico. Com apenas R$ 10 reais é possível realizar um passeio de ida e volta com a duração em média 20 minutos, ou se preferir o visitante pode dispor das várias trilhas espalhadas pelo parque, que cortam a mata atlântica. O parque também abriga o Pelotão da Polícia Montada da PM/SE e dispõem de um mirante, denominado “mirante da santa”, que permite a visão de boa parte da cidade de Aracaju, além do município de Barra dos Coqueiros, podendo ainda vislumbrar o rio Sergipe.


Além de ver o parque de cima, temos também uma bela visão da cidade de Aracaju.

Equoterapia uma aliada na reabilitação de pessoas especiais


Cavalos utilizados no tratamento.

É também no Parque da cidade que funciona o Centro Equoterápico da Associação Sergipana de Equoterapia que utiliza o cavalo como instrumento de trabalho nas áreas de saúde, educação e equitação, desenvolvidas por uma equipe interdisciplinar.  Este tratamento se diferencia dos demais métodos convencionais de reabilitação, por misturar meio ambiente ao prazer de cavalgar, que serve de estímulo natural para os pacientes. Dessa forma, o tratamento é encarado como um exercício de lazer, relaxamento e amizade


Centro Equoterápico.

A Associação Sergipana de Equoterapia – ASE – é uma entidade civil e filantrópica que conta com uma equipe multidisciplinar formada por fisioterapeutas, psicólogos, pedagogas e assistente social que atualmente auxiliam na reabilitação de pessoas com deficiências físicas, sensoriais e mentais. Atende no momento150 pessoas entre crianças, jovens e adultos da capital e do interior, conta com seis profissionais, no qual quatro deles são estagiários.

De acordo com a assistente social da Ase ,Yere Cristina  Rocha, que trabalha na associação desde a sua fundação. “A equoterapia é indicada para todas as pessoas portadoras de necessidades especiais e não há faixa etária específica para o atendimento, vai de crianças a partir de um ano até adultos com cerca de 40 anos, porém a prioridade são para os menores” disse Yere.


A assistente social Yere Cristina fala um pouco sobre suas experiências na associação.  
 
São muitos os benefícios da terapia com cavalos, entre eles o equilíbrio motor, aceleração do processo neurológico e o estimulo muscular. “Com apenas trinta minutos de passeio é possível trabalhar por completo todas as áreas do corpo do paciente,” disse a fisioterapeuta da ASE Wilsonita Ubirajara. Ela também explicou que o processo terapêutico é gradativo e às vezes muito lento, “tudo faz parte da terapia, desde alimentar os cavalos, conhecer as baias, fazer carinho no animal e exercícios pós-equoterapia”, conclui.


Wilsonita explica os benefícios de todo processo terapêutico.  

A mãe de Kaun Bispo, de dois anos, Mônica Maria Bispo dos Santos conta que o filho sofre de uma doença neurológica rara e está no  terceiro ano de equoterapia e melhorou muito depois que iniciou o tratamento. “vejo melhoras bastante significativas no meu filho, pois ele está cada vez mais animado e interagi mais comigo e com a família”, afirma Mônica Bispo. Os familiares que acompanham os pacientes podem fazer atividades de arte como pintura em tecidos e caixas, em quanto espera seus filhos.

A Ase completa 19 anos este ano, e sobrevive de uma pequena verba da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) e de pequenas doações da população que reconhece e se identificam com o seu trabalho. Mesmo assim, vem enfrentado uma série de dificuldades financeiras. Entre elas a falta de verba para custear os possíveis gastos, pois a verba que recebe da Semasc é insuficiente para desempenhar suas atividades por completo.

“É muito doloroso dizer não para os pais que me procuram em busca da equoterapia, mas diante da demanda sou obrigada a fazer isso. Por outro lado, ver a recuperação de cada criança e ajudar às famílias a mudarem as suas vidas, é o que motiva e traz satisfação”,desabafou  Yere Rocha.


Todo o "circuito" da equoterapia e os obstáculos que serão enfrentados pelas crianças e pelos animais.

Como ajudar: As doações podem ser feitas na agência 029, conta corrente no Banese nº 03/102.610-7. A ASE fica dentro do Parque da Cidade, que está localizado na Rua Fortaleza, s/nº, no bairro Industrial, em Aracaju. Mais informações através dos telefones (79) 9946-6058 e 8803-6225. Funciona das terças as sextas-feiras nos horários de 7:30 a 10 da manhã.

Mais fotos em nossa galeria: clique aqui .

Nenhum comentário:

Postar um comentário