terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aracaju foi palco da 8ª etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia


De 5 a 9 de outubro, a Praia da Atalaia foi o espaço do duelo entre as melhores duplas de vôlei de praia do país. Fora da arena, ambulantes travaram um duelo com os fiscais da prefeitura para poder vender bebidas e salgados.


Por Roberto Aguiar, Luiza Cazumbá, Eduardo Ferreira, Mateus Alves e Shayne Coelho

Desde 2008, Aracaju não sediava uma etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia 

Depois de três anos, Aracaju voltou a sediar uma das etapas do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia (CBVP). O evento foi realizado do dia 5 a 9 de outubro, nas areias da Praia da Atalaia, na Avenida Santos Dummont, em frente à Passarela do Caranguejo.

Aracajuanos assistiram todos os jogos gratuitamente. 

Sob um sol escaldante, a 8ª etapa do CBVP reuniu os melhores jogadores de vôlei de praia do país. Todos os dias, a arena foi ocupada por um animado público de diferentes faixas etárias. Comerciantes e publicitários também aproveitaram o evento para faturar dinheiro, mesmo que em proporções diferentes.

Os grandes patrocinadores tinham suas marcas estampadas em todos os espaços do evento, incluindo os uniformes dos jogadores. De acordo com a assessoria de comunicação da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), pagou-se à Prefeitura Municipal certa quantia em dinheiro para o uso do espaço na praia, logo a organização determinou quem podia vender comida e bebidas dentro e aos arredores da arena.

Muitos ambulantes foram impedidos de realizar vendas próximo ao espaço do evento. Dentro, apenas dois vendedores autorizados, uma delas era Catiane Menezes, 42 anos, que estava comercializando refrigerante, água, salgados e energéticos.

Quiosque de Catiane Menezes localizado dentro da arena.

Os ambulantes impedidos de vender estavam insatisfeitos com a situação. O senhor Antônio dos Santos, 51 anos, vende refrigerante e cerveja na orla há 20 anos, não pôde ficar em seu tradicional ponto de venda. Os fiscais da prefeitura os obrigaram a transferir seus carrinhos para o outro lado da Av. Santos Dumont.

Antônio dos Santos foi obrigado a colocar seu carrinho de vendas no outro lado da avenida.

Enquanto isso, rapazes e moças, uniformizados por uma empresa patrocinadora do CBVP, passavam protetor solar nos torcedores que chegavam ao espaço para ocupar as arquibancadas. Dentro da arena, as animadoras realizavam brincadeiras com o público e como prêmio entregavam uma camisa oficial do evento com a logomarca do Banco do Brasil, o maior patrocinador do CBVP.

Empresas patrocinadoras do evento buscaram forma criativa para chamar atenção do público.


Animadora distribui camisas do CBVP aos torcedores. 

Lá fora, Elaelson dos Santos, 49 anos, tentava fugir da vista dos fiscais da prefeitura e vender água de coco. “Estou desempregado há seis meses. Então resolvi vender água de coco na praia. Preciso sobreviver”, disse Elaelson.



O dinheiro obtido com a venda da água de coco é a única renda de Elaelson dos Santos

Assim foram esses cinco dias de evento. Disputa fora da arena (vendedores ambulantes) e dentro da arena (jogadores). A resistência dos ambulantes valeu para ganhar o sustento da família e a resistência dos jogadores foi fundamental para apresentar ao público aracajuano um lindo espetáculo esportivo.

Batalha na arena
A palavra arena surgiu para definir o espaço coberto de areia, no centro dos anfiteatros, onde combatiam os gladiadores. O espaço era cercado de fileiras de assentos de pedra, que se elevavam em arquibancada. A forma da arena era geralmente oval. O nome arena, que em latim significa areia, derivou da prática de espalhar areia no piso, para absorver o sangue dos gladiadores feridos pelas feras.


Corredor de acesso à arena.

No CBVP o combate se dá na arena. Os gladiadores combatem em duplas, divididos por uma rede e no lugar das feras, a bola é a vilã da vez. O espaço continua cercado de fileiras de assentos que se elevavam em arquibancada, agora não mais de pedra. Os ferimentos não são mais arranhões de leões ou outros felinos, mas ocasionados pelo atrito com a areia na busca de não deixar a bola cair ao chão.


A 8ª etapa do CBVP foi marcada por disputas acirradas.
 No domingo, 9, a arquibancada ficou completamente lotada. 

O público vibra com o mesmo entusiasmo dos velhos romanos nas antigas arenas. A cada jogada espetacular, gritos e ‘ondas humanas’ sincronizadas sacodem a arquibancada. Tambores, buzinas e outros instrumentos sonoros são usados para animar a festa. O clima praieiro e o sol ardente confirmam que estamos em uma arena moderna, com regras diferentes, novos juízes, porém com o mesmo e velho objetivo: vencer.


Torcedores proporcionam uma animada festa na arena. A 'onda humana' agitou a arquibancada.
No masculino, quem subiu ao degrau mais alto do pódio na arena aracajuana foi dupla formada por Bruno e Billy Schmidt. Eles venceram Tiago e Jefferson por 2 a 0, com parciais de 21/12 e 22/20. Foi o primeiro título da dupla na etapa 2011. A medalha de bronze ficou com Beto Pitta e Lipe, que superaram os cariocas Oscar e Evandro, por 2 a 0 (21/19 e 21/13).

No feminino, sagrou-se campeã a dupla Talita e Maria Elisa que derrotaram Val e Shaylyn por 2 a 1, com parciais de 18/21, 21/15 e 15/9. Desta forma, a parceria diminuiu a diferença para as líderes do ranking Juliana e Larissa. Agora, Talita e Maria Elisa somam 2.680 pontos, contra 2.920 das primeiras colocadas. O terceiro lugar ficou com a dupla Maria Clara e Carolina que derrotaram Taiana e Vivian por 2 a 0, com parciais de 21/19 e 21/17.


Dupla Emanuel e Alison.

A próxima etapa do CBVP será realizada em Maceió/AL de 26 a 30 de outubro. Você pode acompanhar o calendário e resultados das etapas no site da CBV.


Galeria de Fotos

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