EVA - Espaço de Vivência Agroecológica
Por Agatha Cristie, Sóstina Silva, Ayalla Anjos e Carlos Vitor
Em setembro de 2005 um grupo de estudantes de
biologia, engenharia agronômica e engenharia florestal da Universidade Federal
de Sergipe se reuniram em torno da temática da agroecologia e criaram o EVA -
Espaço de Vivência Agroecologica – cujo objetivo do grupo é despertar nas
pessoas a reflexão sobre a necessidade de construção de outra forma de relação
entre o homem e a natureza.
A
agroecologia - método adotado pelo grupo - surgiu como uma forma alternativa de interação
entre homem e a natureza, visando uma relação mais harmoniosa e se contrapondo
ao modelo convencional de produção agrária. Dentro disso, se estuda e se
pratica diversas técnicas agroecológicas buscando um melhor aproveitamento dos
recursos naturais, através da
não utilização de adubos químicos e preocupação com a questão social e econômica.
Silvio Marcos, estudante de Engenharia Florestal
“Quando
começou, o EVA era apenas um grupo de estudo, logo depois surgiu a vontade de
praticar agroecologia. Hoje temos um espaço de 10 mil m² que agregam cerca de 20
alunos e professores, de diversos cursos. Embora predomine o pessoal de
agrárias, tem Comunicação Social, Ciências Sociais, Engenharia Florestal, Agronomia
e Zootecnia”, explica Silvio Marcos, aluno de Engenharia Florestal.
Nos
espaços do EVA são realizados estudos de temas
agroecológicos, desenvolvimento de pesquisas e práticas alternativas como
sistemas agroflorestais sussecionais, hortas orgânicas, minhocário, compostagem
e adubação orgânica. O grupo também participa eventos acadêmicos e científicos,
além de realizar atividades facilitadas pelo grupo, como simpósio, oficinas e
palestras.
A partir da prática agroecológica ocorreu, no solo
onde se localiza o EVA, o aumento da biodiversidade tanto da flora como da
fauna, como o aparecimento de agentes polinizadores. Na área já foram
produzidas diversas espécies como milho, feijão, tomate, abóbora, fava,
coentro, amendoim, melão, quiabo, mamona, cajueiro, pau-brasil, mulungu,
pupunha, bananeira, jatobá, sombreiro, mamoeiro, juazeiro, mandioca,
cana-de-acucar e abacaxi.
O estudante de Engenharia agronômica Johny Mendonça
Tudo é reaproveitado no EVA, como por exemplo, pneus velhos
Proteção contra os raios do sol também faz parte do dia-a-dia
O estudante Paulo Lopes na mandala de hortaliças utilizada
para aproveitar espaço em pequenas propriedades
Atualmente
o programa oferta duas bolsas de extensão e 3 de PIIC, para 2012 foram aprovadas
13 bolsas de extensão. “O EVA possibilita que a Universidade cumpra seu papel
social, ou seja, chegue até os camponeses e ao mesmo tempo, amplia os espaços
de aprendizagem, afinal, não estamos simplesmente ensinando ou repassando algo,
mas aprendendo muito, nessa troca de experiências”, declara Rita Fagundes,
coordenadora do grupo.
Quadro de atividades a serem realizadas no dia
Para além da Universidade
Com a continuidade dos estudos e das práticas, o
grupo pretende atingir espaços que ultrapassam os muros da universidade com
trocas de experiências com as comunidades, principalmente rurais.
O
programa busca produzir conhecimento e práticas que estejam atreladas as necessidades
do campo sergipano, tendo como compromisso o desenvolvimento da agricultura
familiar e camponesa (70% das propriedades em Sergipe são classificadas como
pequenas propriedades).
As mudas que são plantadas com adubos orgânicos feitos no próprio EVA
“O
foco do EVA no momento é o MST, é o pré-assentamento Mário Lago, em Riachuelo,
onde já fizemos um diagnóstico, verificando os problemas sociais e ambientais e
partir daí vamos trabalhar com oficinas práticas e teóricas em que serão
apresentados os conceitos sobre agroecologia”, afirma Tatiane Leal, estudante
de Zootecnia e integrante do grupo.
Resultados
Após alguns meses de reuniões, o EVA trouxe para a
Universidade Federal de Sergipe o V Simpósio sobre sistemas agroflorestais em
parceria com a Embrapa, Petrobrás e UFS. O evento contou com a participação de
estudantes, agricultores e professores, resultando na primeira intervenção na
área do grupo, o plantio de um Saf’s.
O grupo também facilitou duas oficinas, uma na IX Semana da Biologia de Sergipe e outra no Centro Federal de
Educação Tecnológica (CEFET). Em ambas houve discussões teóricas sobre a agroecologia,
meio ambiente e sociedade, posteriormente com construções de hortas orgânicas.
Alguns integrantes tiveram a oportunidade de expor
o trabalho em forma de painéis, em eventos como o 36 CBEEF (Congresso
brasileiro de estudantes de engenharia florestais) e no IX ERA (Encontro
regional de agroecologia), realizados em Piracicaba-SP e Recife-PE, respectivamente.
Rita Fagundes, coordenadora do projeto
“No EVA é possível praticar e vivenciar essas novas
práticas. Entendemos que a agroecologia não é apenas um conjunto de técnicas
ecologicamente corretas e sustentáveis, mas é também, carregada de ideologias e
visões de mundo e de sociedade que tem como perspectiva a construção juntamente
com comunidades, de um novo modelo agrário aliando o conhecimento cientifico ao
popular”, declara Rita Fagundes, coordenadora do grupo.
Mais fotos: [aqui]
Grupo de estudantes que fazem parte do EVA
Mais informações: [aqui]Mais fotos: [aqui]
Que trabalho mais prazeroso!
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