No bairro Santa Maria, em Aracaju, dezenas de homens e mulheres sobrevivem da venda do lixo catados nas ruas e no aterro controlado. O sustento familiar em sintonia com a preservação do meio ambiente.
Por Roberto Aguiar, Luiza Cazumbá, Eduardo Ferreira e Shayne Coelho
| Para os catadores, o lixo é visto como fonte de renda. Precisamos também agregar a essa atividade um valor de preservação do meio ambiente. | 
Todos os dias, às 5h da manhã, Carmem Marcelina começa a percorrer as ruas do Conjunto Orlando e do bairro Santa Tereza. Revista todas as lixeiras que encontra pela frente. O que lhe interessa é recolhido. “Tenho que começar cedo, antes que o caminhão do lixo passe”, relata. No final da tarde, retorna com vários metais ferrosos e não ferrosos e garrafas plásticas. Carmem Marcelina nem passa em sua casa para ver seus cinco filhos, segue direto para a Sucata Serevino. O proprietário da sucata, Farley Steel, paga R$2,30 no quilo do alumínio, R$0,60 no quilo das garrafas pet, R$0,20 no quilo do ferro. Carmem fatura em torno de R$200 a R$250 mensais. O sábado é o dia que ela mais fatura, pois recebe a ajuda dos cincos filhos, todos ainda crianças. “Dia de sábado levo eles para passear comigo”, disse.
Diferente de Carmem, Maurício Santos, recolhe o lixo que é comprado pelas sucatas diretamente no Aterro Controlado de Aracaju que está localizado no bairro Santa Maria. O fato de catar diretamente no aterro proporciona uma maior produção. Mauricio fatura entre R$100 a R$150 por semana. “Tudo o que recolho durante a semana eu vendo no sábado”, falou. O jovem tem 21 anos e há cinco trabalha catando lixo.
A atividade de catar lixo e vende-lo às sucatas envolve uma importante parcela de trabalhadores no bairro Santa Maria. A presença do Aterro Controlado é o grande motivador desse processo. Hoje, há três grandes sucatas no bairro. Todos elas bastante movimentadas. A visita da Equipe @F5 há essas três sucatas proporcionou um registro fotográfico que nos obriga a perguntar se atividade de catar lixo deve ser valorizada pelo o que vale seu esforço e sua importância ao meio ambiente ou pelo preço do quilo estipulado pelos donos das sucatas? 
A atividade de catar lixo precisa de uma atenção maior do poder público. Tanto pelo fato de ser o sustento de muitas famílias, bem como por ser uma importante forma de preservação do meio ambiente através do processo da reciclagem.
| Há cinco anos catando lixo no Aterro Controlado, Maurício disse começou a catar lixo por necessidade financeira. | 
| O resultado do trabalho dos catadores não pode ser medido apenas por uma balança... | 
| ...a reciclagem deve ser valorizada como importante política de preservação do meio ambiente. | 
| Na Sucata Santa Maria o material recebido é separada, prensado e depois enviado às fábricas de reciclagem. | 
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| Funcionário da Sucata Severino prensa garrafas pet. | 
| Plásticos depois de prensado pronto para ser encaminhado à fábrica de reciclagem. | 
| Centro de Reciclagem de Sergipe recolhe em torno de 200 a 250 toneladas de sucata por mês. | 
| Antes de pesar, Carmem Marcelina separa em sacolas diferentes os plásticos e os ferros. | 
| Enquanto algumas crianças tiveram a oportunidade de brincar de bonecas... | 
| ... outras "brincam" de catar lixo com a mãe. | 
 
 
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